terça-feira, 31 de janeiro de 2023

Paraná

A Colonização Portuguesa do Paraná

31/01/2023 - A Terra de Santa Cruz

No inicio da colonização portuguesa, a região onde se situa hoje o estado do Paraná fazia parte da Capitania de Santo Amaro. Em 1539, o Paraná foi submetido á autoridade da Capitania de São Vicente.

A colonização do litoral paranaense começou na segunda metade do século 16, com um pequeno povoado na ilha de Cotinga, hoje, no município de Paranaguá.

Nos Séculos XVI e XVII, as mais importantes expedições no inteiror atual território do estado do paraná foram iniciativa dos espanhóis, trazendo os padres jesuítas, que fundaram centros de colonização no oeste do Paraná, estado cujo território pertencia em grande parte à coroa Espanhola.

Em 1554, Ontiveros, a uma légua do Salto das Sete Quedas, foi fundada por Domingo Martínez de Irala, Governador do Paraguai. Posteriormente, há três léguas de Ontiveros, foi fundada a Ciudad Real del Guayrá, na foz do Rio Piquiri. Em 1576, os espanhóis fundaram à margem esquerda do rio Paraná, Vila Rica do Espírito Santo. Com três cidades e diversas “reduções” ou “pueblos” a região era à época conhecida como “Provincia Real del Guaira”.

A penetração portuguesa na baía de Paranaguá foi retardada devido à guerra que surgiu entre os portugueses de São Vicente e Rui Mosquera, espanhol aliado dos tupiniquins. Este espanhol, companheiro de Caboto, tomou Iguape com vários de seus patrícios. Atacou a saqueou a vila de São Vicente, auxiliado pelo bacharel de Cananeia. Esse homem era um degredado português na região de Cananeia. Seu verdadeiro nome era Francisco de Chaves. Era simpático aos espanhois e suspeito aos portugueses, cujo rei degredara ao Brasil.

Nos primeiros anos do século XVII, com o descobrimento do ouro em terras paranaenses, os bandeirantes se estabeleceram no território.

Já em 1629, os estabelecimentos dos padres jesuítas, exceto Loreto e Santo Inácio, se encontravam inteiramente destruídos pelos bandeirantes paulistas e, em 1632, Antônio Raposo Tavares, cercou e destruiu Vila Rica, último reduto espanhol eficaz para proporcionar resistência.

No Paraná, uma região aurífera foi descoberta, antes de Minas Gerais. Os colonizadores se estabeleceram tanto na costa como no primeiro planalto paranaense. A principal densidade apareceu primeiramente em Paranaguá, núcleo, por certa época, da sociedade mais meridional da América Portuguesa. Quarenta e quatro anos depois da fundação de Paranaguá (1648), em 1693, Curitiba foi promovida a vila, transformando-se no centro que comandaria a expansão territorial do Paraná. 

A Capitania de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá foi fundada pelo Marquês de Cascais em 1656. 

Depois da segunda metade do século XVIII é que a região começou realmente a ser povoada, e isso aconteceu no rastro do tropeiro. Em 1772, na extensão toda dos Campos Gerais, desde de Itararé, no norte, até a Lapa, no Sul, podíamos somar cerca de 50 fazendas e em torno de 125 sítios que povoavam a região. A estrada das tropas servia como eixo, e ao longo dela destacavam-se como povoações as cidade de Ponta Grossa, Palmeira, Castro, Imbituba e a Lapa.

Sob a base da grande propriedade de terras de campo natural, da criação de gado, do tropeirismo e da invernagem, e do trabalho escravo de índios e negros, caracterizou-se no século XIX, a classe dominante regional, configurada em famílias fazendeiras, vivendo em terras e detendo o poder político local e regional por meio de oligarquias parentais. É nesse período que florescem as cidades dos planaltos paranaenses: Castro, Ponta Grossa, Palmeira, Lapa, Guarapuava, Palmas, todas elas nos roteiros das tropas, fazendas e das invernadas.

O ouro das Minas Gerais foi nos últimos anos do século XVII o ponto alto da colônia. O Brasil era o maior produtor do metal. E isso atingiu o Paraná, agora de forma diferente da exploração do ouro de Paranguá e região. As minas preciosas precisavam em grande escala de bois e cavalos (muares em especial) para transportar o ouro até o Porto do Rio de Janeiro e de lá receber as cargas que importava. E o gado estava nos Pampas. O Caminho de Viamão, atravessava os planaltos dos atuais três estados do sul, e ligava o Rio Grande à São Paulo. Por mais de 100 anos desfilaram por esse caminho tropas e tropeiros. Ele cortava os campos , inclusive Curitiba, que passaram a ter utilidade como postos de recuperação do gado, que chegava extenuado após uma longa jornada. Assim a pecuária passa a dominar a economia regional.

Nessa época planalto adquiri a supremacia econômica e social sobre o litoral.E em 1812 a sede da comarca foi transferida de Paranaguá para Curitiba.



Arqueologia

O Açude Pré-Histórico do Ceará

Por Reinaldo Antiquário

No ano de 1983, quando fazíamos um estudo geológico nos sertões de Tauá, em plena caatinga do Ceará, descobrimos um interessante monumento pré-histórico. Quando estávamos repousando numa sombreada varanda de uma casa de uma propriedade rural, espichado numa rede de tucum, perguntamos aos sertanejos que nos acolhiam se não conheciam algum letreiro, ou seja, rocha com inscrições rupestres.

Disseram que não, mas que conheciam um açude feito pelos fenícios. Isso foi muito surpreendente para nós. Perguntamos, disfarçando a surpresa e demonstrando pouco interesse, como poderiam saber que o açude foi construído pelos fenícios. Responderam que ouviram isso de seus avós.

Num período de folga, pedimos aos solícitos cearenses que nos levassem até o local.

Antes de descrever o achado, vamos analisar o nome da construção: Açude Velho dos Caboclos. Por ‘cabôco”’ (caboclo), o sertanejo nordestino chama não a si próprio, mas aos antigos indígenas. Quando querem se referir a algum vestígio arqueológico, como restos de cerâmicas ou pinturas rupestres,dizem que .”.. é coisa dos cabôcos”.

O misterioso açude fica a uns 12 km do lugarejo Cruzeta, em lugar de fácil acesso, ao lado da sede de uma propriedade rural, em plena caatinga cearense de Tauá.

Trata-se de um pequeno açude, que represaria as águas de um riacho que corta o local. Na época não havia água alguma. Os blocos do paredão principal são seguramente trabalhados em inúmeras variações de rochas metamórficas, invariavelmente retangulares. O paredão é incrivelmente retilíneo.

Os blocos foram trabalhados a cinzel de modo a se encaixarem perfeitamente entre si. Em alguns pontos, nem se consegue introduzir uma lâmina de faca entre as peças. Em algumas frestas, foram colocados fragmentos rochosos, de maneira que não ficou parte alguma sem ser vedada.

O outro lado do paredão do açude é ainda bem mais talhado. As rochas foram cortadas lisas e retas, e encaixam-se perfeitamente. A espessura do paredão é de cerca de dois metros.

Um aterro ao lado pode ser de origem artificial ou até natural, porém aproveitado para represar as águas do açude, seco na época que o visitamos.

Não pudemos realizar uma pesquisa mais profunda dada a exiguidade de nosso tempo naquela época. Mas conversamos com os moradores das redondezas e todos diziam que seus avós e até bisavós já falavam sobre o açude de maneira misteriosa. Indagamos se não foram os escravos os construtores e todos responderam que se assim fossem, eles saberiam

De onde surgiu a notícia dos fenícios, ignoramos. Os sertanejos não sabem explicar.

No retorno a Fortaleza procuramos nos inteirar se havia alguma bibliografia a respeito. Achamos uma pequena e lacônica nota sobre o assunto, escrito por arqueólogos e historiadores tradicionalistas, como O escritor, engenheiro e Presidente do Instituto do Ceará  Thomaz Pompeu Sobrinho (1880-1967). Fazia referência não apenas ao Açude Velho dos Caboclos, mas a vários outros dos sertões cearenses.

Ora, esperávamos ler naquela nota que os açudes eram obras modernas, feitas por escravos. Pensávamos que não poderíamos esperar outra coisa dos estudiosos ortodoxos e avessos a mistérios.

Qual não foi a nossa surpresa. A nota diz que os açudes eram PRÉ-HISTÓRICOS, e que teriam sido construídos pelos indígenas para se prevenirem das estiagens.

Ora, mas segundo própria arqueologia tradicionalista, os nossos indígenas eram nômades e não construíam obras de pedra. Um açude, mesmo modesto, implica em sedentarismo e numa organização social mais complexa.

Não conseguimos saber onde se localizavam os outros açudes.

O certo é que é um mistério que é prudentemente silenciado pelas autoridades catedráticas, que não querem se envolver em explicações as quais não seriam capaz de dar.


segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Pernambuco

A Destruição de Olinda pelos Holandeses

30/01/2023 - A Terra de Santa Cruz

No ano de 1631, a cidade de Olinda, Capital de Pernambuco, foi incendiada e saqueada pelos holandeses, que haviam invadido o local no ano anterior. A cidade, considerada de difícil defesa, ficou em ruínas por conta do fogo. A demolição dos seus edificios reduziram-na a um monte de cinzas e ruínas . Um ano antes , à entrada dos holandeses , era uma das mais nobres e populosas vilas que havia nestas partes do Brasil.

Olinda, situada a borda do mar, sobre uma colina coberta de palmeiras, deve ter sido nesse tempo um lugar bem florescente. Johannes de Laet avalia o número de seus habitantes no ano 1630 de 2.000. Brito Freyre fala mesmo em 3.000, entre os quais se deviam contar cerca de 200 comerciantes abastados.

Concebido como uma resposta fria aos guerrilheiros de Maria de Albuquerque, a destruição de Olinda também inflamava sentimentos e atiçava o antagonismo entre os católicos e protestantes. 

O convento de Olinda sofreu em particular a fúria dos calvinistas, decapitando as imagens dos santos e mantando os franciscanos a machadadas

Temos a descrição detalhada da destruição de Olinda, no diário de bordo do soldado Ambrósio Richshoffer, que participou da esquadra holandesa invasora:
 
"A 17 começou-se a demolição dos edifícios da cidade de Olinda de Pernambuco, transportando-se mais tarde para o Povo o material aproveitável. A 24 a nossa gente  que ali se achava retirou-se para a aldeia Povo ou Recife, destruindo antes tudo o que foi possível e pondo fogo à cidade em diversos pontos. Esta resolução foi  motivada pelo fato de ser a cidade toda montanhosa e desigualmente edificada, sendo difícil de fortificar".

No relato de Diogo Lopes Santiago, português que residia em Pernambuco na época da invasão, que assim descreve este feito: 

"Em dia de Santa Catarina, 25 de novembro de 1631, pondo-lhe fogo por todas as partes, que foi um miserando espetáculo; assim ardeu a infeliz vila d´Olinda tão afamada por suas riquezas e nobres edifícios, arderam seus templos tão famosos, e casas que custaram tantos mil cruzados em se fazerem, sem ter lástima o desumano holandês de pôr fogo a tão grandiosa vila, que ficando em pé e intacta, servia de memória sua em a haverem ganhado: tanto que puseram o fogo foram todos marchando para o Recife. 

O autor destaca ainda o que restou do incêndio de Olinda: “Todas as casas pereceram exceto uma térrea que ficou intacta, como por testemunha deste incêndio.” Não há, entretanto, uma descrição precisa de quantas casas ruíram e quantas restaram do incêndio de Olinda. Também Gaspar Barleu faz referência a este momento, ao descrever: “Transportou cada um para Recife os restos e os entulhos vendíveis da cidade demolida, aproveitando os materiais em novas edificações para que, desaparecendo a mãe – Olinda –, lhe sobrevivesse das ruínas, embora com outro aspecto, a sua filha – Mauriciópole".

É importante dizer que, após o incêndio de Olinda, em 1631, o Recife deixa de ser apenas um porto e torna-se o centro político do governo holandês no Brasil. Torna-se a cidade Maurícia, ou Mauritsstad.

Mesmo arruinando as igrejas católicas de Olinda, os invasores holandeses protestantes não deixaram de reconhecer sua beleza, tanto que foram pintadas diversas vezes por Frans Post.

A reconstrução de Olinda se efetivou com grande sacrifício, sendo concluída apenas em 1664. Estava destruída; transformara-se em um amontoado de pedras. Em 1637, a Câmara de Olinda solicitou permissão ao Conde de Nassau para se reerguer e reconstruir a cidade. No entanto, em 1639, a Câmara foi transferida de Olinda para Recife, representando novo golpe para a cidade, que ia aos poucos sendo reerguida. Entretanto, mesmo com sua elevação à condição de cidade e com a restauração que de alguma forma lhe compensara, Olinda não voltaria mais a ter seu antigo poder.

Recife assumiu a hegemonia do poder, porque a riqueza e poderio de Olinda estavam ligados à produção do açúcar e centrados na aristocracia, dona dos engenhos. O açúcar sofria uma grande crise econômica mundial, com a queda dos preços do produto, motivada pela concorrência das Antilhas, que passou a produzir o açúcar, em decorrência da destruição dos engenhos no Brasil pelas batalhas contra os holandeses, representando uma grande baixa para os exportadores brasileiros, com séria repercussão na economia de Olinda.

O povoado do Recife cresceu sob o comando dos holandeses e teve uma evolução marcada pela administração do Conde Maurício de Nassau. Teve início então uma disputa de poder entre Olinda, onde residiam os nobres e antigos proprietários de engenhos de açúcar, e Recife, com os comerciantes, banqueiros e financiadores da produção de açúcar, os cristãos novos, dando origem a Guerra dos Mascates.


Volta


terça-feira, 24 de janeiro de 2023

Alinhamento Porto Seguro - Lago Titicaca


Alinhamento entre o Marco do Descobrimento de Porto Seguro e o Lago Titicaca
passando pela misteriosa Pedra do Chapéu do Sol de Cristalina, Goiás

Porto Seguro, Bahia

Centro Histórico de Porto Seguro, Praça Pero do Campo Tourinho

Passagem do eixo ao lado da Pedra Chapéu do Sol de Cristalina, Goiás

Pedra Chapéu do Sol, Cristalina, Goiás
Pedra Chapéu do Sol, Cristalina, Goiás

Pedra Chapéu do Sol, Cristalina, Goiás


Bloco gigantesco de quartzo de 347 toneladas com 13,7 metros de comprimento. GPS 16°44'26.06"S e   47°34'12.26"O.


Cidade de Vianópolis, Goiás

Oyuyo na Península de Chucuito, Puno, Peru

Praça de Oyuyo na Península de Chucuito, Puno, Peru

Praça de Oyuyo na Península de Chucuito, Puno, Peru

Praça de Oyuyo na Península de Chucuito, Puno, Peru

Praça de Oyuyo na Península de Chucuito, Puno, Peru
Líder apontando para o centro do Lago Titicaca e sul da Bahia




segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Templários

Resumo

1099
Início das peregrinações para Jerusalém. 

1118
É fundada a Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, conhecidos como Cavaleiros Templários ou Ordem do Templo, com sede no Templo de Salomão.

Selo dos Templários


1126
A Condessa Dona Teresa de Leão do Condado de Portucalense doa aos Templários a vila de Fonte Arcada, perto de Braga,  em troca de colaboração na conquista de territórios dos mouros.

1128
Os Templários recebem o Castelo de Soure. No mesmo ano São Bernardo redige os estatutos da Ordem.

1147
Os Templários ajudam o Rei Dom Afonso Henriques a conquistar de Santarém. Em retribuição os templários recebem a cidade de Santarém e posteriormente o Castelo de Ceres, nas proximidades de Tomar.

1160
Em primeiro de março, por ordem do mestre Gualdim Pais, foi iniciada a construção do Castelo de Tomar, em posição relacionada ao meridiano de Paris, substituindo o Castelo de Ceres que se encontrava em ruínas.

Convento de Nosso Senhor Jesus Cristo em Tomar


1291
Os Templários estabelecem-se em Chipre, após serem expulsos de São João do Acre.

1294
Início da construção da fortaleza elevada de Peníscola, Castellón, Espanha, com vista para o mar Mediterrâneo.

1307
Felipe o Belo, rei de França, que devia vultuosas somas aos Templários, solicita ao Papa o fim da ordem dos Templários, sendo o pedido acatado no ano seguinte.

1310
Decretada a detenção de todos os Templários.

1319
O Rei Dom Diniz cria a Ordem dos Cavaleiros de Nosso Senhor Jesus Cristo, herdando os bens e pessoal da antiga Ordem. A sede 

Bandeira da Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo


1834
Com a extinção das ordens religiosas em Portugal, a Ordem de Cristo foi extinta.





quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

Via Sacra

Brasil

Milagres, Bahia

Contam que tudo começou quando um índio que morava em uma das montanhas que cercam Milagres, despencou do alto de uma elevação e no momento do acidente chamou por Nossa Senhora. Como o índio saiu ileso da queda foi atribuído ao fato um milagre. Daí surgiu a devoção. Os fiéis também dizem ver a imagem de Nossa Senhora dos Milagres na gruta do Morro da Bandeirinha, que atrai um grande número de romeiros ao local. (Fonte Prefeitura Municipal).

História

Serra do Gavião, região de mata bruta, de trilha estreita para o sertão, aberta pelo pisotear constante de cavalos e cavaleiros, viandantes, tropeiros, comerciantes, vaqueiros, mascates e boiadeiros, em meio a agreste caatinga, com destino quase sempre à Maracás, Tamburi, Lençóis... A altivez dos montes, a gruta na rocha, a fonte de água cristalina perenemente a jorrar o vale a enriquecer a paisagem, não cansavam o olhar admirado daqueles que diariamente por ali passavam. Olhos atônitos, curiosos, perscrutadores, começaram a constatar a visão de uma jovem vestida de branco, a passear no topo do Morro da Bandeirinha, ou Morro da Lapa, assim chamado, por abrigar no seu bojo a Gruta da Lapa, como se quisesse lembrar aquela a Lapinha de Belém, onde Jesus nasceu.

A repetitiva visão inquietava os viandantes e despertava a curiosidade de outros tantos, que por ali passavam e queriam saber de quem se tratava, pois a notícia se espalhava por toda a redondeza. Por mais que tentassem aproximar-se ninguém conseguia alcançá-la. Ela era fugidia e de extraordinária beleza. Todos tentavam ver a misteriosa figura.

Passando por esse lugar um frade franciscano de nome Frei Luiz Maria Bento, ou Frei Luiz de Giove e sabendo dos recentes comentários, pernoitou na Fazenda Quixabas, para no dia seguinte percorrer o caminho que o conduziria ao Morro da Lapa, não muito fácil de vencer no tempo de um só dia, pois íngreme era o caminho, e avançada hora, o sol já se punha. Ao amanhecer, entre o ímpeto e a cautela, silencioso e prudente, o religioso rumou para o local. Acredita-se que também ele pode ter observado algo de misterioso ou de impressionante, permanecendo por mais alguns dias para a constatação dos fatos. É crível que o franciscano, encontrou uma imagem da Virgem Maria. Possivelmente numa das suas andanças pelo Morro, não se sabe deixada por quem. Afagando-a ao peito, desceu com ela para deixá-la até hoje nas mãos e no coração de tanta gente.

Reflexivo e absorto, sem deixar escapar um menor detalhe, perscrutador, cônscio de que há realidades que não enxergamos a sensibilidade visual, quis de logo relatar os fatos, os boatos e o achado aos seus superiores para melhor análise da Igreja. Anunciou de pronto um período de nove dias para a realização de Santas Missões. Providenciou a implantação de um Cruzeiro de madeira, na parte mais baixa do lugar, ficando o Lenho Sagrado como o marco primeiro desta terra. A primeira ermida foi feita de taipa e coberta de palhas. Durante o tempo das missões conclamou o povo a oração, e pediu que fossem colocando pedras para a construção de uma Igreja onde deveria ser colocada a imagem encontrada e que ficou intitulada por Nossa Senhora de Brotas.

A localidade, patrimônio do Chefe Fazendeiro, Joaquim da Costa Galvão, homem católico e generoso, sensibilizado, quis doar parte dos seus pertences à Igreja, doação registrada como Patrimônio da Casa de Oração de Nossa Senhora de Brotas e tratou de construir a princípio, uma ermida de taipa, coberta de palhas, onde foi colocada a imagem. Delegou ao seu administrador, José da Costa Galvão, a condução dos trabalhos de construção da Capela. A conclusão da obra deu-se a 08 de novembro do ano de 1862, dia de festa e de intensa romaria, com a presença do seu benfeitor Joaquim da Costa Galvão e de toda a sua família.

A história registra pessoas que construíram a choupana e o templo tais como Vicente Caboclo e Ursulino Campos. Orgulhosos eles contavam que suas mãos edificaram a Igreja de Nossa Senhora de Brotas. O seu ganho era de meia pataca ou cento e sessenta reis. A benfazeja passagem do Frei Luiz e o início das Santas Missões, datam de 30 de novembro de 1840.

O lugar pertencia a freguesia de Pedra Branca, que era uma aldeia de caboclos, assistida pelo Cônego Leovigildo José da Silva Freire, que cuidava da catequese dos índios. O chefe da aldeia, era o cacique Pedra Branca, o que originou o nome do local. Contava o Cônego Leovigildo que vinha constantemente celebrar missa no lugar dos milagres. Eram sempre muito freqüentadas. A devoção crescia e falava-se muito em graças alcançadas, em milagres realizados. A peregrinação ia aumentado a cada tempo.

No ano de 1921, o Padre Moysés da Silva Freire, assumiu o pastoreio da pequena comunidade. Era sobrinho do Cônego Leovigildo. Veio como vigário da Freguesia de Monte Cruzeiro e Pedra Branca. Celebrou sua primeira missa no dia 2 de fevereiro de 1922. Encantou-se com a mística do lugar, a freqüência dos romeiros, a perseverança dos peregrinos... emocionava-o cada expressão de fé, cada traço daqueles rostos, cada gesto daqueles mãos... gente simples, gente douta, de longe e de perto, de tantos recantos! Via comovido, o reabastecer de fé e da esperança de cada peregrino. Era mesmo ocasião para encontrar-se com Deus, numa profunda experiência de fé e de conforto espiritual, ao cumprirem o ritual próprio do romeiro.

Chegavam cantando, “Nossa Senhora, olha eu,/ Graças a Deus que eu cheguei,/ cheguei e me ajoelhei,/ Minha promessa eu paguei/ Graças a Deus que cheguei,/ Prá o ano eu torno voltar,/ Pros pés de vós eu beijar!”

Ao final de cada dia de romaria, assistia enternecido o momento das despedidas, com os hinos, cantos e benditos rasgando o sertão, como “Adeus, minha Mãe, adeus, / Adeus, que eu já vou-me embora. / Meu coração vai partido, / Por deixar Nossa Senhora”. Via extasiado, os acenos com os chapéus de palha decorados com fitas verdes ou azuis. Tanta gente que durante a estadia, cantarolavam ofícios e ladainhas, no latim aprendido pela escuta, e, sabe Deus, como era pronunciado. Iam-se todos, emocionados, lacrimosos, na vontade e na certeza do retorno no ano seguinte. Eram homens e mulheres, que vinham escutar a palavra de Deus. Alimentavam suas devoções, aprendiam a rezar, se encantavam com as pregações evangélicas, queriam conhecer Jesus, o Filho de Maria.

Aquele Padre entregou-se por inteiro ao trabalho pastoral. Estimulava de tal forma a sua missão, que um ano depois já não eram apenas 35 casas em volta da ermida. Muitas famílias já se estabeleciam no lugar. Começou a surgir o comércio local com a implantação de uma boa loja, uma casa de molhados, uma padaria... A feira livre, aos domingos estava crescendo, comercializando gêneros como farinha, verduras e frutas. Muitas rancharias começaram a ser construídas para abrigar os peregrinos que chegavam movidos pela fé. O Padre Moysés era incansável na missão e no labor. Mandou imprimir na Alemanha, registro (estampas) da Imagem de Nossa Senhora de Brotas tendo ao lado a nova Igreja.

No dia 2 de fevereiro do ano de 1923, foi realizada a primeira festa da Padroeira, Nossa Senhora de Brotas do Arraial de Milagres. A missa foi solene, cantada e campal. Teve a participação de sete padres, inclusive um frade franciscano, (não se sabe o nome). Milagres, graças, petições, orações, rezas e cantorias, ladainhas e ofícios, velas e retratos, prantos e louvores, uma multiplicidade de expressões de fé... assim nasceu e assim cresce as mais diversas formas de devoções, no ir e vir dos peregrinos, migrantes e caminheiros. Que devoção bonita, a dos devotos de Maria!

As romarias não paravam de chegar. Esse período se alongava até o último domingo do mês de abril, dia em que se celebrava a Festa do Senhor do Bonfim dedicada aos Vaqueiros. Conta-se que pastores e vaqueiros, cuidavam dos seus rebanhos em volta e até em cima dos altos montes que compõem o relevo local. Num desses dias um vaqueiro descuidou-se e a sua novilha, escorregou e caiu morro abaixo. No afã de recuperar o seu bem, o vaqueiro montado tentou salvar o animal e também de lá despencou, do enorme precipício, de elevadíssima altura, indo cair no vale. Teve a sensibilidade e a “fé” de gritar: “Socorra-me Nossa Senhora de Brotas”. Esse homem e seus animais chegaram ilesos ao fim da tormenta. O fato ocorreu num último domingo do mês de abril, data em que se celebra o Dia do Senhor do Bonfim. A partir desse acontecimento, os vaqueiros se reuniam de forma solidária, para agradecer o milagre, e passaram a celebrar juntos a Santa Missa e a Procissão em honra ao Senhor do Bonfim, com a presença maternal de Maria.

Com um clima semiárido está a uma distância de 234 quilômetros de Salvador, possui uma superfície de 317km², as estimativa da população é de10.994(dados do IBGE/2012), altamente prejudicada pelo último censo, que entendeu diminuir o seu território/população, sem atentar para as provas contundentes que já compõem a sua defesa. Está localizado no polígono das secas, fazendo limite ao norte com Itaim e Santa Terezinha, ao oeste com Iaçu e Nova Itarana, ao sul com o Rio Ribeirão, Brejões e Amargosa e ao Leste com Amargosa e Elísio Medrado. Segundo a Carta Governamental dos Municípios, localiza-se no Planalto de Tartaruga e na faixa da depressão do Rio Paraguaçu. Situa-se as margens da BR-116, o que lhe fomenta o desenvolvimento, a economia e a geração de emprego e renda, em escala desproporcional às suas necessidades e potencialidades. Tem como fonte de trabalho, os estabelecimentos comerciais, e a mão de obra absorvida pela Prefeitura Municipal dentro dos parâmetros legais vigentes. Portanto, é mínima a absorção e gigantesca a carência.

A estrutura administrativa, implantada em 1993, era constituída da Secretaria de Administração que trazia para si, todos os segmentos administrativos. Com o avançar das experiências e modernização organizacional do sistema, foram sendo implantadas e municipalizadas a Secretaria da Saúde, Secretaria da Educação, do Transporte, da Assistência Social, do Turismo, da Cultura, Esporte e Lazer, de Segurança, de Finanças, os Setores de Contabilidade, Tributação, Licitação.... E respectivas ramificações.

É uma bela cidade, com uma localização de fácil acesso no mapa geográfico do Brasil, e possui uma população hospitaleira de tradição em receber com todo carinho os visitantes. Ricamente abençoada com a beleza natural de suas montanhas, que nos faz um convite permanente, à caminhadas religiosas ou mesmo esportivas, são montanhas encravadas na caatinga que formam desenhos inusitados. Este cenário particular já atraiu produtores e cineastas famosos como Glauber e Walter Sales, que escolheram Milagres a para a produção de filmes como DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL, OS FUZIS, ENTRE O AMOR E O CANGAÇO e CENTRAL DO BRASIL, e mais recentemente foram filmadas cenas do ainda inédito BRASEIRO. A cantora Elba Ramalho também já escolheu este belo cenário para uma das capas de seus CDs e o Governo Federal. (Fonte Governo do Estado da Bahia).


Próximo ao Morro do Tyresoles, às margens da rodovia BR-116

Brasão de armas de Milagres

Bandeira de Milagres

Cruz sobre a rocha na gruta Morro da Bandeirinha em janeiro de 2011
Foto Projeto Ex-Votos do Brasil
Amplia

Morro do Cuscuz

A Via Sacra no trecho entre o Morro Tyresoles e Milagres


Vídeo - Imagens Aéreas de Milagres
Vídeo - Pedras de Milagres

Pontos de Interesse

Santuário Nossa Senhora das Brotas, com fonte
Morro de São Cristóvão
Morro da Gruta
Morro da Lapa
Morro da Bandeirinha
Morro da Bruxa / Índio
Morro da Toca (Itatim)
Morro do Tyresoles ou da Boca (Itatim)

Pontos de visitação

Santuário de Nossa Senhora dos Milagres

Fonte dos Milagres: Local ao qual os visitantes se dirigem para apanhar a água benta milagrosa.

Gruta da Lapa: Local onde os romeiros pagam suas promessas junto ao cruzeiro aí existente, acendem velas e vislumbram na grande rachadura na pedra a imagem de Nossa Senhora.

Morro da Bandeira: Local de onde vê-se uma belíssima vista panorâmica de toda a cidade. e cidades vizinhas. Muito visitado, principalmente na Sexta-feira Santa.

Casarão das Quixabas: Casarão Colonial do século XIX construído pelos escravos, sobre um inselberg (lagedo) no ano de 1847

Festas Populares

Festa da Padroeira: A festa religiosa de Nossa Senhora dos Milagres, que tem seu ponto alto no dia 2 de fevereiro, atrai milhares de fiéis e foliões todos os anos, em uma mistura de sagrado e profano. A Festa começa com a chegada de romeiros no dia 30 de janeiro estendendo-se até a última semana do mês de abril, quando acontece a missa e procissão dos Vaqueiros, quermesses e bailes, embora o dia consagrado à Nossa Senhora dos Milagres seja o 2 de fevereiro, quando concentra maior número de visitantes na cidade. Na década de 60, contavam-se cerca de 2.000 caminhões (pau de arara) de romeiros vindos dos mais diversos locais, e durante todo o ano aos finais de semana sempre apareciam caravanas de romeiros a pagar suas promessas. Contam ainda os moradores antigos que, em tempos de pastoreio de gado, um vaqueiro teria sido salvo, quando correndo com uma rés sobre o morro da lapa o boi em sua corrida desenfreada escorregou morro a baixo, vendo o vaqueiro que o cavalo seguia a mesmo fim gritou "Valei-me Nossa Senhora!". Milagrosamente o cavalo foi direcionado para um novo rumo seguro.

Festa dos Vaqueiros: Realizada sempre no último domingo do mês de abril. A primeira missa realizada em homenagem aos vaqueiros foi celebrada pelo padre Pedreira em 1949, a partir de 1992, além da missa e procissão dedicada aos, ocorre também uma grande festa em praça pública, atraindo o povo, vaqueiros da região e milhares de pessoas que visita a cidade todos os anos.

Romaria das Mães: Acontece paralelamente ao dia das mães e embora não seja tão badalada, também atrai muitos fiéis e turistas à cidade

Domingo de Ramos: É realizada no domingo que antecede a Semana Santa, e possui como caracterização a bênção dos ramos levados pelos fiéis na Praça da Matriz, em frente à Igreja.

Festa das Comunidades: É o encerramento do período da romaria e é caracterizada pelo encontro das paróquias circunvizinhas.

Festas Juninas: Festa popular conhecida principalmente pelas atrações locais e grande participação de visitantes.

São Cristóvão: Realizada no mês de julho dia 25 com procissões, missas e carreatas em homenagem aos motoristas.

Altitude: 419 metros




terça-feira, 17 de janeiro de 2023

Via Sacra

Espanha

Por volta de 1170, no Reino de Leão, foi fundada a Ordem de Santiago para proteger os peregrinos do Caminho de Santiago. Em 1172 erguem sua sede na cidade portuguesa de Abrantes, 30 quilômetros ao sul de Tomar.


Trecho espanhol, entre a Praia La Franca e a Fronteira com Portugal

Entrada na Espanha na Praia de Franca, Ribadedeva, Asturias
Em português basta um cedilha para Franca se transformar em França

Praia La Franca, entrada da Via Sacra na Península Ibérica

Trecho do Parque Nacional Picos de Europa, passando entre Covadonga, onde iniciou-se a Guerra da Reconquista na Península Ibérica, e San Sebastian de Garabandal local de famosa aparição de Nossa Senhora




Via Sagrada

Histórico

A Via Sagrada é o caminho de evangelização que liga a Terra Santa ao mundo ocidental. O Evangelho foi difundido do oriente para o ocidente, assim como o fluxo dos raios do sol, até chegar ao Brasil, a terra prometida da Nova Era, o coração do mundo e a pátria do Evangelho.

O termo Via Sagrada foi usado pela primeira vez na Grécia Antiga, na estrada que ligava Atenas ao recinto religioso de Eulesis, localizado 22 Km a oeste.


Via Sagrada na Europa
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Via Sagrada no Império Romano na época de Tiberius


Antecedentes

A marcha de evangelização começou em tempos remotos de forma incipiente, no oriente, na região dos montes Pamir do atual Tajiquistão habitado pelas raças adâmicas, descendentes de Adão, que migraram para o ocidente em busca de novos horizontes.

Em Harã Abraão recebeu de Deus a missão de liderar um grupo para fundar uma nova nação em terras a oeste. Muitas famílias da Terra seriam abençoadas através de Israel.


Ora, disse o Senhor a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção

Gênesis 12:1-3

"E multiplicarei a tua semente como as estrelas dos céus e darei à tua semente todas estas terras. E em tua semente serão benditas todas as nações da terra"
Gênesis 26:4-5


Israel um reino de sacerdotes, extensão do Reino de Deus, exemplo de núcleo familiar, ensinando as Leis de Deus à humanidade.

Abraão começou sua jornada rumo ao ocidente na antiga cidade portuária de Ur na Suméria. Em Harã recebeu a missão de migrar para Canaã, onde com sua esposa Sara, teve um único filho, Isaac, que deu origem a Jacó que teve 12 filhos, que migraram para o Egito em função da seca. No início foram muito bem recebidos, mas depois o povo foi escravizado pelos egípcios por 400 anos. Os 12 filhos de Jacó deram origem às 12 tribos de Israel.


A trajetória de Abraão rumo ao oeste


A cidade de Siquém, atual Nablus, localizada aos pés do Monte Gerizim e habitada pelos cananeus, foi o primeiro local onde Abraão ergueu um altar em Canaã. Através de Abraão todas as famílias da terra foram abençoadas. 

Não é por acaso que o alinhamento da Via Sagrada começa no Monte Gerizim, também conhecido como o monte das bençãos. Posteriormente no Êxodo, Moisés junto com o povo de Israel, atravessando o rio Jordão, entraram na terra prometida pelo mesmo ponto, onde tiveram que proclamar a benção no monte Gerizim.


Deuterônimo 11:29


As bênçãos que serão lançadas do monte Gerizim

¹ E será que, se ouvires a voz do Senhor, teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu te ordeno hoje, o Senhor, teu Deus, te exaltará sobre todas as nações da terra. 

² E todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, quando ouvires a voz do Senhor, teu Deus: 

³ Bendito serás tu na cidade e bendito serás no campo. 

4 Bendito o fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, e o fruto dos teus animais, e a criação das tuas vacas, e os rebanhos das tuas ovelhas. 

5 Bendito o teu cesto e a tua amassadeira. 

6 Bendito serás ao entrares e bendito serás ao saíres. 

7 O Senhor entregará os teus inimigos que se levantarem contra ti feridos diante de ti; por um caminho sairão contra ti, mas por sete caminhos fugirão diante de ti. 

8 O Senhor mandará que a bênção esteja contigo nos teus celeiros e em tudo que puseres a tua mão; e te abençoará na terra que te der o Senhor, teu Deus. 

9 O Senhor te confirmará para si por povo santo, como te tem jurado, quando guardares os mandamentos do Senhor, teu Deus, e andares nos seus caminhos. 

¹¹0 E todos os povos da terra verão que és chamado pelo nome do Senhor e terão temor de ti. 

¹¹ E o Senhor te dará abundância de bens no fruto do teu ventre, e no fruto dos teus animais, e no fruto da tua terra, sobre a terra que o Senhor jurou a teus pais te dar. 

¹² O Senhor te abrirá o seu bom tesouro, o céu, para dar chuva à tua terra no seu tempo e para abençoar toda a obra das tuas mãos; e emprestarás a muitas gentes, porém tu não tomarás emprestado. 

¹³ E o Senhor te porá por cabeça e não por cauda; e só estarás em cima e não debaixo, quando obedeceres aos mandamentos do Senhor, teu Deus, que hoje te ordeno, para os guardar e fazer. 

¹4 E não te desviarás de todas as palavras que hoje te ordeno, nem para a direita nem para a esquerda, para andares após outros deuses, para os servires.


Via Sagrada Israel -Brasil



A Via Sagrada que liga a Terra Santa ao Brasil é composta de seis trechos:

        Monte Gerizim
       Via Sagrada da Antiga Grécia
       Via Sacra Romana
       França, o querido hexágono, a Filha Primogênita da Igreja
        Alinhamento Templário Paris - Astúrias - Tomar
       Portugal: trecho Tomar - Marco do Descobrimento do Rio Grande do Norte

Notar que o prolongamento da Via Sacra Romana, sem considerar o ramal francês entre Santas Marias do Mar e Paris, segue para a ponta da Florida, o primeiro ponto oficialmente descoberto dos Estados Unidos pelos espanhóis em 1513.

Mapa - Via Sacra


Trecho da Rota dos Descobrimentos de Portugal
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Primeira etapa da Rota dos Descobrimentos de Portugal
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Trecho do Brasil
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Antiga Grécia

A Via Sagrada na Antiga Grécia ligava o centro de Atenas ao recinto religioso de Eulesis, localizado aos pés de uma colina próxima ao mar. A via passava por importantes recintos religiosos e também ao lado da Academia de Platão.

A Academia de Atenas localizada na Via Sacra, na Estrada para Eulesis, é considerada por muitos historiadores a primeira instituição de educação superior do mundo ocidental. Foi fundada no século V a.c. por Platão, discípulo de Sócrates, no período áureo da cultura helênica.


Via Sagrada que ligava Atenas a Eulesis

A Via Sagrada da Antiga Grécia em amarelo e a diretriz da Via Sagrada 
entre o Monte Gerizim e Roma em vermelho
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Centro da Atenas Antiga
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Partenon em 1978

Ruínas de Eulesis descobertas em 1882
Foto  BishkekRocks

Via Sagrada na Grécia Antiga
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Via Sagrada em Delfos
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Via Sacra Romana

Após os romanos conquistarem a Grécia e assimilarem sua cultura, a Via Sagrada grega foi prolongada até Roma, onde recebeu o nome de Via Sacra. 


Via Sagrada em Roma
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A Via Sacra no coração do império romano. Local de procissões e desfiles cívicos triunfais em direção ao Monte Campidoglio. Para ampliar clique na imagem

Via Sacra e o Arco de Tito nos Fóruns Imperiais

A Via Sacra e o Arco de Tito

Via Sacra no Fórum Romano

Desfile comemorativo do 2.769º aniversário de Roma

A Via Appia, a rainha das vias romanas, cuja construção foi iniciada em 312 a.c, acompanhava a diretriz da Via Sagrada. Ligava Roma à Magna Grécia

Via Appia

Colunas romanas de Brindisi marcando o fim da Via Appia 
e o início do oriente, a Porta do Oriente
Foto Franco Melechi

Até hoje as linhas de barcos regulares para a Grécia partem do porto de Brindisi
Grimaldi Lines

Diáspora judaica no primeiro e segundo século depois de Cristo

Paulo de Tarso escrevendo suas epístolas, século XVI, Nicolas Tournier
As viagens de evangelização de Paulo de Tarso seguiam a diretriz da Via Sacra
Proveniente do oriente, chegou a Roma, por volta do ano 60, pela Via Appia

Primeira viagem de Paulo de Tarso

Segunda viagem de Paulo de Tarso

Terceira viagem de Paulo de Tarso


Em 241 a.c. os romanos iniciaram a construção da Via Aurelia entre Roma e Pisa, passando pelas localidades de Cerveteri e Civitavechia, na direção norte, seguindo a diretriz da Via Sacra. Posteriormente a via foi prolongada, seguindo o litoral, até o sul da França. 

Via Aurelia na diretriz da Via Sagrada


Em 118 a.c. os romanos fundam a cidade de Narbona. Os romanos a chamavam de Nossa Província (Provincia Nostra) ou Província. O termo sobreviveu até hoje com o nome Provence, em francês.

Em 58 a.c. as tropas do Imperador Julio César seguem a diretriz da Via Sacra para conquistar a Gália, que cobria a atual França, Suiça, Bélgica e parte dos Países Baixos. Os Gauleses não eram um povo mas diversos povos, que viviam guerreando entre si, entre eles os Parisii, Eduenos, Helvécios (atual suiça), Remos e Arvernos. Não havia unidade territorial nem linguística na Gália.

Em 26 de setembro de 46 a.c. as tropas do Imperador Julio César desfilam na 
Via Sacra de Roma, em comemoração à conquista da Gália, atual França

Conexão Saintes-Maries-de-la-Mer no sul da França

Via Sacra em Nimes, alinhada com a Igreja de Saint-Baudile e a Porta Augusta

Conexão da Via Sacra em Paris no Palácio do Louvre

Os 20 distritos de Paris distribuídos ao longo da espiral que começa no Palácio do Louvre e termina na Avenue du Trône, um pouco depois de passar na porta do cemitério de Père Lachaise. Amplia

Espiral celta que representa o crescimento espiritual do ser, como também a reencarnação e os ciclos solares


A espiral parisiense é definida pelas seguintes vias, a maioria com nomes religiosos: rue Saint-Florentin, Boulevard de la Madeleine, Boulevard des Capucins, Boulevard des Italiens,  Boulevard Montmartre, Boulevard de la Poissonnière, Boulevard de Bonne Nouvelle, Boulevard Saint-Denis, Boulevard Saint-Martin, Boulevard du Temple, Boulevard du Beaumarchais, Place de la Bastille, Canal Saint-Martin, Boulevard de L´Hôpital, Boulevard Saint-Marcel, Boulevard de Port-Royal, Boulevard du Montparnasse, rue des Sèvres, Avenue de Saxe, rue Pérignon, Avenue de Suffren, Tour Eiffel (7º arrondissement), Rio Sena, Avenue Marceau, Place de L´Étoile (Estrela/Sol), Avenue de Wagram, Boulevard des Courcelles, Boulevard de Clichy, Boulevard de la Chapelle, Boulevard de la Villette, Boulevard de Belleville, Boulevard de Ménilmontant, Cemitério Pére Lachaise, Boulevard de Charonne, Avenue du Trône, Les Colonnes de la Barrière du Trône (Entrada de Paris/Nascente) alinhado com eixo histórico (Leste-Oeste). Esse ponto representa o renascimento através do caminho de volta para o Louvre: Place de La Nation, Faubourg Sainte-Antoine, Place de la Bastille, rue Sainte-Antoine, Metrô Saint Paul, rue de Rivoli e Palácio do Louvre. 


Les Colonnes de la Barrière du Trône
celebrando a entrada real de Paris


Ao lado das colunas se encontra a Place de la Nation, que além de representar o nascer sol (entrada leste), tem o desenho de uma estrela de cinco pontas que representa o homem, ou seja, o renascimento do homem.

A Place de la Nation, que representa o amanhecer, é um espelho da Place de L´Étoile, onde está o Arco do Triunfo, que representa do crepúsculo

Place de la Nation com estrela de 5 pontas
Google Maps


Vídeo - Paris, Templo de Isis
Vídeo - Mentiram sobre as Cruzadas, por Guilherme Freire

Em 1118, é fundada a Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, conhecidos como Cavaleiros Templários ou Ordem do Templo, com sede no Templo de Salomão, Jerusalém.

Em 13 de outubro de 1317, sob as ordens do Rei Felipe o Belo, todas as sedes Templárias francesas foram atacadas.


Memorial Jacques de Molay junto à Via Sacra

Memorial Jacques de Molay no Pont Neuf em sítio triangular
com desenho semelhante à Torre Eiffel

Fachada interna do Palácio do Louvre: 3 pavimentos, 3 arcos e 3 janelas
No topo, o sol alado egípcio dentro do triângulo
Foto Marcelo Cardoso, fevereiro 2023

Detalhe da janela com seis raios representando o mapa 
hexagonal da França, como também a Estrela de Davi

Símbolo Chi-Rho, cristograma que em grego significa Cristo
Seu uso foi popularizado na época do Imperador Constantino


Via Sagrada de Paris na direção do poente
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Via Sacra na França

Sistema ferroviário francês em 2023
Em vermelho as linhas de alta velocidade


França, o querido hexágono

A França o centro do mundo cristão 
irradiando a mensagem da Boa Nova do Evangelho para todo o mundo

Bandeira do Reino da França na época do Rei São Luís, o santo, com as mesmas cores da bandeira de Israel, o azul celeste representando o raio de Deus. O mesmo azul dos vitrais de sua Santa Capela.

Cruz de São Michel e França Moderna
Reino da França (1450-1583)

O território francês no início do século 18


A Via Sacra é a diretriz do início da expansão marítima portuguesa, que passa por Ceuta, Madeira, Canárias, Cabo Verde até chegar ao Brasil.

Infante Dom Henrique, a mais importante figura do início das descobertas,
Governador e Regedor da Ordem de Cristo. Residia no Castelo de Tomar

Via Sacra em Portugal
A barra do rio Tejo na Área Metropolitana de Lisboa
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Via Sacra em Portugal
Cruz Quebrada na barra do rio Tejo
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A Via Sacra sai de Portugal pela Barra do Tejo, junto à foz do rio Jamor, na localidade de Cruz Quebrada. O rio Jamor nasce na serra de Sintra e passa no Palácio de Queluz, local de nascimento de Dom Pedro I, que num golpe de estado quebrou/separou o Brasil de Portugal.


Capela de Nossa Senhora da Boa Viagem localizada 
próxima da Via Sagrada na localidade de Cruz Quebrada
na foz do rio Tejo


Projeto - Memorial da Cruz Quebrada


Reconstrução de uma seção interior de São Gabriel, a nau capitânia da marinha, portuguesa na primeira viagem à Índia em 1497 pelo explorador português Vasco da Gama. Amplia

Entrada na Praia do Marco do Descobrimento no Rio Grande do Norte
Notar que a via de acesso acompanha o eixo da Via Sagrada

O Marco do Descobrimento do Rio Grande do Norte 
e a Capela de Nossa Senhora dos Navegantes, distante 5.566 Km de Portugal, da localidade de Cruz Quebrada na foz do rio Tejo


Próximo ao Marco do Descobrimento, a 39 quilômetros de distância em linha reta, se encontra a cidade de Touros onde principia a famosa rodovia BR-101 que acompanha o litoral até o Rio Grande do Sul, onde terminal a Via Sacra. O Rio Grande do Sul também é conhecido por abrigar as cidades com maior percentual de população católica do Brasil.


Conexão da Via Sagrada com Machu Picchu e
definição da fronteira do Estado do Brasil com a Espanha
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A Rodovia BR-101 termina na cidade do Rio Grande (RS), enquanto a Via Sacra termina no município de São José do Norte, localizado ao lado da cidade do Rio Grande.


Rodovia BR-101

Pedra do Frade de Laguna, Santa Catarina, com 9 metros de altura 
e 5 metros de largura pesando cerca de 400 toneladas
Foto Marco Bocao

Pedra do Frade, localizada no extremo da Ponta do Gi de Laguna

Via Sacra no Brasil
Trecho Pedra do Frade-São José do Norte, Rio Grande do Sul

O primeiro caminho aberto por terra entre o Brasil e o Uruguai foi obra de um Bandeirante, que também foi embrião do tropeirismo

Término da Via Sagrada no Rio Grande do Sul, na Praia do Bojuru
município de São José do Norte


A Via Sagrada acompanha a rodovia BR-116, principalmente no trecho de 770 quilômetros de extensão entre as cidades de Tucano e Itaobim, passando por Milagres e Vitória da Conquista na Bahia.


Rodovia BR-116


Acesso às Minas Gerais com a Estrada Real acompanhando a Via Sagrada
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A rota do comércio dos cristãos-novos em Minas Gerais
acompanhava a Via Sagrada
Foto Museu da História da Inquisição de Belo Horizonte

Segunda etapa do acesso às Minas Gerais formando o Triângulo de Forças do Sudeste
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Via Sagrada na Ilha de Santa Catarina


A Casa brasileira inspirada na romana


Restituição de um Fanum, pequeno templo rural galo-romano

Fazenda Colubandê em São Gonçalo, Rio de Janeiro


Fanum ou Temenos que significava espaço sagrado, era o equivalente em latim do termo grego Temnô. Localizavam-se às margens das estradas.



Caminho de Peabiru, a conexão da Via Sagrada com os Andes


A própria bandeira do Distrito Federal, oficializada em 25 de agosto de 1969, representa o quadrilátero da Nova Jerusalém. Na sua descrição vexilológica, a bandeira é composta pela Cruz de Brasília, ao centro, simboliza a herança indígena e a força que emana do centro em todas as direções. O branco representa a paz e o verde representa as matas da região.

Notar também que os triângulos representam as 3 entradas em cada uma das faces da Nova Jerusalém, relacionadas às 12 tribos de Israel.


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Mais informações no Canal do Youtube e nos seguintes links:



"Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim"
João 14:6.




REFERÊNCIAS:

Símbolos de Brasília. Governo do Distrito Federal . 21 outubro 2015.